Tiroteio na sexta-feira deixou duas pessoas mortas em frente à Catedral.
Na manhã após mortes, pessoas tiravam fotos das marcas no chão.
Escadaria atrai curiosos e visitantes reclamam da falta de segurança na Sé
Tiroteio na sexta-feira deixou duas pessoas mortas em frente à Catedral.
Na manhã após mortes, pessoas tiravam fotos das marcas no chão.
Na manhã de sábado (5), um dia depois do tiroteio que deixou dois homens mortos em frente àCatedral da Sé, no um dos cartões-postais de São Paulo, visitantes comentavam sobre o caso e reclamavam da falta de segurança na praça onde fica o Marco Zero do capital.
Na tarde de sexta-feira, Luiz Antônio da Silva, de 49 anos, armado, fez a balconista Elenilza Mariana de Oliveira refém na saída da igreja. O morador de rua Francisco Erasmo Rodrigues de Lima tentou ajudá-la, atracou-se com o atirador possibilitando a fuga da refém, e foi morto pelo bandido. Em seguida, policiais atiraram e mataram Silva.Apesar de já ter sido lavada, a escadaria da Praça da Sé ainda tem algumas marcas de sangue e é possível ver marcas de tiro na porta. Duas mulheres foram vistas rezando no local das mortes.
As paraenses Daniele Ferreira, Ivana Marques e Júlia Ferreira visitavam a Catedral pela primeira vez. Ivana, a única moradora de São Paulo, disse que não se sente segura. "Sempre fico apreensiva devido à grande quantidade de pedintes".
O ajudante geral Agostinho Sinésio Rosa freqüenta sempre a região e pela primeira vez trouxe a esposa, Maria Celestina, para conhecer a igreja. "Aqui quando eu venho tenho que olhar pros quatro cantos. Dentro da própria igreja tem marginais", afirma.
O autônomo Orlando de Souza também reclama e acredita que a falta de segurança inibe a visitação da igreja. "Tinha que intensificar mais a segurança aqui".Ele era uma das pessoas que na manhã deste sábado (5) foram tirar fotos no local do tiroteio. "Quero tirar foto perto de onde morreu o bom, e não o mau", afirmou, antes de posar ao lado de uma das portas da igreja, onde caiu o morador de rua Francisco Erasmo Rodrigues de Lima, de 61 anos.
Segundo estatísticas da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, a região da Sé registrou dez homicídios entre janeiro e julho deste ano. Segundo o superintendente geral da Associação Viva o Centro, Marco Antônio Ramos de Almeida, diz que a falta de segurança assusta as pessoas que visitam a Catedral da Sé. "A Praça da Sé, por exemplo, tinha tudo para ser o cartão-postal de São Paulo, com uma catedral incrível, mas ela transmite insegurança e isso a afasta das pessoas que buscam lazer", afirma Almeida.Na praça em frente a igreja, o episódio da sexta era muito comentado por moradores de rua e da região que estavam aglomerados. Eles afirmam que tanto o atirador quanto o morador de rua eram figuras conhecidas na região. "Eu não tenho pena não, ele gostava de meter a chave de fenda nos outros", disse um morador sobre o homem que fez a mulher refém. Luiz Antonio da Silva comerciava bicicletas na região. "A mulher dele passou a mão em tudo agora, ele tinha mais de oito bicicletas", diz outro sobre o mesmo homem.
Já o morador de rua Adriano Góes da Silva, 36 anos, afirmou ao G1 que estava dentro da igreja e viu quando o homem abordou a refém. Segundo Góes, os dois se conheciam. "Ele tava muito nervoso. Entrou até lá no fundo da igreja, aí chamou a morena, começou a conversar com a moça morena. Aí do nada eles começaram a debater, saiu pra fora arrastando ela. Aí ele deu um cutucão nela com o canto do revólver", relatou. "Ele queria voltar com ela, estar com ela, e ela não tava querendo mais nada com ele. Ela tinha separado dele já, não queria mais nada com ele, e ele com ciúme querendo ficar com ela ainda tava brigando com ela".
Entrevista pelo G1 na noite de sexta-feira, a refém afirmou que não conhecia o atirador e que a pegou de escudo porque estava fugindo da polícia (ouça abaixo).
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