sábado, 5 de setembro de 2015

Escadaria atrai curiosos e visitantes reclamam da falta de segurança na Sé

Tiroteio na sexta-feira deixou duas pessoas mortas em frente à Catedral.
Na manhã após mortes, pessoas tiravam fotos das marcas no chão.

05/09/2015 09h57 - Atualizado em 05/09/2015 12h38

Escadaria atrai curiosos e visitantes reclamam da falta de segurança na Sé

Tiroteio na sexta-feira deixou duas pessoas mortas em frente à Catedral.
Na manhã após mortes, pessoas tiravam fotos das marcas no chão.

Paula Paiva Paulo*Do G1 São Paulo
Na manhã de sábado (5), um dia depois do tiroteio que deixou dois homens mortos em frente àCatedral da Sé, no um dos cartões-postais de São Paulo, visitantes comentavam sobre o caso e reclamavam da falta de segurança na praça onde fica o Marco Zero do capital.
Na tarde de sexta-feira, Luiz Antônio da Silva, de 49 anos, armado, fez a balconista Elenilza Mariana de Oliveira refém na saída da igreja. O morador de rua Francisco Erasmo Rodrigues de Lima tentou ajudá-la, atracou-se com o atirador possibilitando a fuga da refém, e foi morto pelo bandido. Em seguida, policiais atiraram e mataram Silva.Apesar de já ter sido lavada, a escadaria da Praça da Sé ainda tem algumas marcas de sangue e é possível ver marcas de tiro na porta. Duas mulheres foram vistas rezando no local das mortes.
As paraenses Daniele Ferreira, Ivana Marques e Júlia Ferreira visitavam a Catedral pela primeira vez. Ivana, a única moradora de São Paulo, disse que não se sente segura. "Sempre fico apreensiva devido à grande quantidade de pedintes".
O ajudante geral Agostinho Sinésio Rosa freqüenta sempre a região e pela primeira vez trouxe a esposa, Maria Celestina, para conhecer a igreja. "Aqui quando eu venho tenho que olhar pros quatro cantos. Dentro da própria igreja tem marginais", afirma.
O autônomo Orlando de Souza também reclama e acredita que a falta de segurança inibe a visitação da igreja. "Tinha que intensificar mais a segurança aqui".Ele era uma das pessoas que na manhã deste sábado (5) foram tirar fotos no local do tiroteio. "Quero tirar foto perto de onde morreu o bom, e não o mau", afirmou, antes de posar ao lado de uma das portas da igreja, onde caiu o morador de rua Francisco Erasmo Rodrigues de Lima, de 61 anos.
Segundo estatísticas da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, a região da Sé registrou dez homicídios entre janeiro e julho deste ano. Segundo o superintendente geral da Associação Viva o Centro, Marco Antônio Ramos de Almeida, diz que a falta de segurança assusta as pessoas que visitam a Catedral da Sé. "A Praça da Sé, por exemplo, tinha tudo para ser o cartão-postal de São Paulo, com uma catedral incrível, mas ela transmite insegurança e isso a afasta das pessoas que buscam lazer", afirma Almeida.Na praça em frente a igreja, o episódio da sexta era muito comentado por moradores de rua e da região que estavam aglomerados. Eles afirmam que tanto o atirador quanto o morador de rua eram figuras conhecidas na região. "Eu não tenho pena não, ele gostava de meter a chave de fenda nos outros", disse um morador sobre o homem que fez a mulher refém. Luiz Antonio da Silva comerciava bicicletas na região. "A mulher dele passou a mão em tudo agora, ele tinha mais de oito bicicletas", diz outro sobre o mesmo homem.
Já o morador de rua Adriano Góes da Silva, 36 anos, afirmou ao G1 que estava dentro da igreja e viu quando o homem abordou a refém. Segundo Góes, os dois se conheciam. "Ele tava muito nervoso. Entrou até lá no fundo da igreja, aí chamou a morena, começou a conversar com a moça morena. Aí do nada eles começaram a debater, saiu pra fora arrastando ela. Aí ele deu um cutucão nela com o canto do revólver", relatou. "Ele queria voltar com ela, estar com ela, e ela não tava querendo mais nada com ele. Ela tinha separado dele já, não queria mais nada com ele, e ele com ciúme querendo ficar com ela ainda tava brigando com ela".
Entrevista pelo G1 na noite de sexta-feira, a refém afirmou que não conhecia o atirador e que a pegou de escudo porque estava fugindo da polícia (ouça abaixo).


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